O uso do preservativo é considerado a principal forma de prevenção das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e também da gravidez indesejada, oferecendo proteção de maneira prática e eficiente para homens e mulheres.
Porém, uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que o uso de preservativo no Brasil entre adolescentes nas relações sexuais caiu nos últimos dez anos, contrariando as previsões de que a conscientização se tornaria cada vez maior.
De acordo com os dados do IBGE, apenas 59% dos jovens entrevistados — alunos do 9° ano do ensino fundamental — na edição de 2019 do levantamento “PeNSE” disseram ter usado camisinha na última relação sexual. No ano de 2009, esse percentual chegava a 72,5%.
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Entre as meninas, a queda no percentual foi de 69,1% para 53,5%, enquanto os meninos diminuíram a estatística de 74,1% para 62,8%. Enquanto isso, o percentual de adolescentes que disseram já ter tido relações sexuais passou de 27,9% em 2009 para 28,5% em 2019.
Já outro estudo, também do IBGE, aponta que 64% dos brasileiros não usam preservativos na relação sexual, além de revelar que aproximadamente um milhão de pessoas afirmaram ter diagnóstico médico de algum tipo de IST ao longo de 2019, o que corresponde a 0,6% da população com 18 anos de idade ou mais.
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Na visão de especialistas, a queda é justificada pelo fato de que jovens e adolescentes estão se preocupando menos com a possibilidade de contrair uma IST e mais com a prevenção de uma gravidez indesejada. Com a ampla popularização de métodos anticoncepcionais como as pílulas, o preservativo acaba sendo deixado de lado.
Porém, é necessário destacar, especialmente para o público mais jovem, que o preservativo é a única e mais eficiente maneira de prevenir as infecções sexualmente transmissíveis, como HIV (vírus da AIDS), sífilis, gonorreia e muitas outras doenças.
“O desafio é trazer para o mais jovem uma linguagem que ele compreenda, aceite e entenda que a mensagem é direcionada para o seu grupo. Não adianta usarmos apenas técnicas antigas, como folhetos, informativo ou comercial careta. Isso não vai chamar a atenção”, afirma infectologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Brenda Hoagland, em entrevista à CNN Brasil.
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